terça-feira, 18 de setembro de 2012


De certa forma, chega a ser vergonhoso dizer que essa era a parte não usada do meu guarda roupas.
Mais vergonhoso ainda é olhar pra ele e ver que mesmo ao tirar isso tudo, parece que nem foi mexido.
Não que eu seja apegada ao que tenho e não doe nada, porque costumo fazer isso com frequência. Mas percebi que durante todo esse tempo acumulei coisas que achava que usava, que eram necessárias e na verdade só estavam ocupando espaço e fazendo peso.
Isso obviamente não se deu somente com as minhas roupas e sapatos. Acumulei sentimentos, pessoas e lembranças desnecessárias. Sentimentos que me machucavam, lembranças e pessoas que não mereciam mais estar na minha vida. Em determinados momentos essa bagagem toda me cansava. Eu lidava com os problemas de pessoas que eu não tinha que lidar, eu sentia demasiadamente, eu lembrava excessivamente.
Se livrar disso tudo tem sido uma das coisas mais difíceis e aliviadoras que tenho feito, e não falo do material. Quando não se está acostumado, é realmente muito difícil dizer "Isso não é meu problema.", e é mais difícil ainda se convencer que o problema alheio não é meu! Difícil não lembrar daquilo que fere a alma e tira o sossego. Mais difícil ainda deixar alguns sentimentos de lado. Mas que todas as vezes que eu deixei para trás, parecia que estava me livrado de uma amarra. 
Pra mim, agora é tempo de parar e me reciclar, deixar tudo o que não merece e que não necessito para trás.   Tempo de dar lugar ao novo, de novo. A limpeza vem sendo feita pouco a pouco na medida em que cresço, na medida em que me defino e me torno aquilo que quero ser, que me torno a pessoa que faz bem a mim mesma.
Esses bens materiais estão indo embora junto com tudo aquilo que não desejo mais pra mim, mas acima de tudo, tudo aquilo que eu não quero mais ser.

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