quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Pron.ti.dão
etimologia: De Pronto + -idão
1. a qualidade de estar pronto para entrar em ação
2. presteza
3. agilidade e rapidez em responder a uma situação
4. estado de alerta


Os melhores debates geralmente começam em lugares inóspitos, e esse não foi diferente. Festa estranha com gente esquisita e música boa levou a gente a debater sobre ser bom ou não estar de prontidão. Eu defendi com unhas e dentes, obviamente, já que me julgo como uma pessoa que está de eterna prontidão, em todas as interpretações que essa palavra pode se desdobrar. Estou sempre pronta e disponível pro que seja. Se a patroa arranja hora extra, mesmo sem estar muito afim, eu faço. Se os amigos querem sair hoje, lá estou eu pronta pra "entrar em ação". Se é pra mudar o sofá de lugar, limpar a janela ou fazer um yakissoba caseiro, lá to eu prestativa -não que a preguiça não atrapalhe em alguns casos, sou prestativa porém humana.-. Mas se for pra fazer alguma aventura louca, ai eu to dentro, super dentro. Se alguém precisa de ajuda, lá to eu. Mas o pior é esse estado constante de alerta, sempre esperando e tentando prever os fatos. Sempre preparada pra qualquer imprevisto, problema ou surpresa. E é ai que entra o problema! Estou sempre pronta pra qualquer surpresa, e por esse motivo sempre disse aos 4 cantos que não gostava de surpresas. Talvez por isso eu nunca tivesse tido nenhuma marcante, até pouco tempo... Acontece que eu ali, naquele debate com todos esses argumentos a favor da prontidão, que era ótimo estar sempre em alerta, sempre prevenida, sempre pronta, sempre prestativa, até que um amigo vira e diz: "Pense então na melhor coisa que te aconteceu até hoje". Pensei em algumas, mas em uma principal. Ok. "Você estava pronta para ela?". Não, eu não estava. Em todas as melhores coisas que me aconteceram, em nenhuma eu esperava, em nenhuma eu estava de prontidão. E se eu esperasse, talvez não teria visto como a melhor coisa que me aconteceu. Eu não tinha ideia do quanto uma surpresa é bom e me faz ficar fascinada, até me mostrarem. E digo que passei 20 anos evitando essas surpresas e delicias porque achava que estar sempre alerta me deixava segura. Não posso concluir dizendo se é bom ou não estar de prontidão, se devemos ou não estar o tempo todo alerta e prevendo os fatos, mas posso afirmar que agora eu amo as (boas) surpresas mais do que qualquer evento, são mágicas.

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